Promessas de ano novo ou objetivos verdadeiros?



Somente aquela semente que cuidarmos e regarmos ao longo do tempo vai frutificar.

Como acontece em janeiro de cada ano, fui revisitar as metas do ano passado uma última vez. Fiz isso para poder, então, escrever as deste ano. Percebi que das três metas estabelecidas de melhorias e mudanças que eu quero para a minha vida, duas delas estão muito presentes na minha mente, e esta parte foi alcançada no ano que findou.

Mas também percebi que uma delas, que também seria muito benéfica, não foi alcançada. E por quê?

Sabemos que apenas 8% das pessoas que fazem uma lista de resolução de ano novo cumprem suas “promessas”. Ou seja, a grande maioria não cumpre! Nesse sentido, devemos levar em consideração alguns questionamentos importantes: são promessas ou são objetivos de vida?

São proposições que outros sugeriram ou é o que queremos mesmo?

Nós temos motivação para realizar essas “promessas” ou são aquelas atividades que vamos começar “segunda-feira”?

Estamos caminhando em direção aos nossos verdadeiros objetivos?

Como li outro dia no texto de uma colega, “No desejo podemos tudo, na prática precisamos de muitas competências”. E talvez precisemos também de uma grande quantidade de querer e uma recompensa pessoal.

Se você leva a sério os objetivos que tem na vida, desdobra-os em metas a cada novo ano e em ações – como se fossem sementes cultivadas para dar frutos no amanhã, então experimente checar se esses objetivos que elegeu estão também nos seus pensamentos diários.

Verifique se aquilo que você diz que quer, e escreve no papel, tem mesmo chance de se tornar ação efetiva. Descubra se isso está presente nos seus diálogos internos diariamente. Refiro-me àquela intenção na qual você, de fato, vai colocar as suas energias.

Um exemplo pode ajudar a esclarecer: um dos meus clientes de Coaching, o Paulo, além de ser um profissional com muitas qualidades e ótimo executivo, é um pai de família preocupado. No último ano, quando esteve no processo de coaching, ele alcançou um alto nível de bem-estar e ampliou o conhecimento e percepção de si mesmo. Paulo havia definido algumas metas para 2017, como sempre fazia todo ano. No entanto, percebeu que, no seu pensamento, havia algo constantemente presente que era seu verdadeiro direcionador, e não eram as metas descritas e detalhadas no seu plano.

O que você acha que ia motivar Paulo mais fortemente nas suas ações diárias? Suas metas escritas no papel ou aquilo que internamente ele alimentava todos os dias em seu pensamento?

A incoerência o fez parar e se questionar sobre o que verdadeiramente queria para si, o que realmente era importante e valia a pena na sua vida. Assim, Paulo redefiniu seus objetivos e isso mudou os resultados do ano completamente.

Voltando ao meu caso, aquela meta não alcançada, tida racionalmente como benéfica quando a descrevi, bem lá no fundo, não importa tanto para mim. Não vou extrair satisfação e realização pessoal se atingi-la, por isso não foquei e não realizei as ações.

E agora?

Agora que iniciamos um novo ciclo de 365 dias, e já estamos quase finalizando o primeiro mês do ano, cabe a pergunta: “Qual é o verdadeiro foco?” Porque nós iremos para onde olharmos, iremos pelos caminhos que nossa lanterna iluminar.

O sucesso almejado, os objetivos alcançados, ou “o ponto B”, como dizemos no Coaching, não é um lugar criado hoje, estalando os dedos. Primeiro nós pensamos, definimos, empregamos nossa vontade e energia, e depois, através de ações contínuas, vamos construindo-o aos poucos. Como tudo nesse planeta, somente aquela semente que cuidarmos e regarmos ao longo do tempo vai frutificar. Então, mãos à obra! Desejo sucesso no trabalho de transformar a semente que você decidiu regar, em uma frondosa árvore!

Denise Bee

Counseling de empresários  e executivos.  Master Coach executiva, de carreira e de negócios, com mais de 25 anos de experiência em desenvolvimento de pessoas e empresas. Founder da Critério Humano – Desenvolvimento e Gestão de Pessoas. Coautora do livro Empreendedor Total.

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