Coaching societário

Relações societárias – Alguma relação é mais complexa do que a societária?



Você que passa, ou já passou por isso, é para você que escrevo hoje.

Desde o começo da minha vida profissional, passei por várias experiências societárias: na primeira, quando criei uma clínica em sociedade, eu era recém-formada, muito jovem, e foi uma grande experiência; depois, várias outras tentativas de associação, parceria ou sociedade, das quais saí no tempo certo. Apesar de saber das dificuldades existentes em sociedades, sou persistente e, hoje, estou novamente numa relação societária.

De outro lado, tenho vários projetos de grande sucesso como mentora e coach de situações conflitivas societárias, em empresas de pequeno e médio portes cujos negócios estavam em risco em razão de conflitos societários.

Grandes projetos afundam todo dia em virtude de falta de sinergia, de comunicação, de autoconhecimento e conhecimento do outro, de carência de habilidades, de maturidade, além de outras características que fazem sofrer empresas com enorme potencial. E eu sempre gostei muito deste tipo de desafio, de atuar como mentora ou como coach em conflitos societários e até aqui não decepcionei meus contratantes.

Nesses projetos, não há lugar para amadorismo. É preciso promover abertura e colocar a empresa no centro, mesmo que não seja perceptível a todos os envolvidos.

Hoje vou me deter em dois pontos desta complexa relação: qualidade da comunicação e maturidade societária.

Por que pessoas se unem para realizar algo?

Porque sabem que é da tese e antítese que nasce a melhor síntese. É pela dialética portanto. Porque sozinhos não seria possível.

Na relação societária, tese e antítese significam os bons conflitos, aqueles que agregam valor, as discussões saudáveis.

Para que isso funcione na prática, porém, são necessárias algumas capacidades que muitos carecem: uma delas é a comunicação. E ela só é tal se implicar o saber falar e ouvir. E isto basta? Não!

Mais, muito mais importante, é saber interpretar o que você ouve, perceber, e realmente compreender. Agora é que são elas! A comunicação eficaz é um dos polos de dificuldades que resultam em muitos enroscos societários.

Ao longo do tempo a incompreensão, interpretações errôneas ou má escuta, ou comunicação ineficaz levam à instalação de conflitos. Os sócios não conseguem mais conversar e evitam reuniões, e, quando há, as conversas são superficiais ou agressivas.

Não basta saber ouvir. É preciso ser capaz de interpretar corretamente o que é ouvido! Não basta escutar. É preciso ser capaz da boa escuta!

“O ato de ouvir exige humildade de quem ouve”. Rubem Alves.

Maturidade societária: comunicação é fundamental para que a sociedade seja bem sucedida e a empresa se beneficie das diferentes “mentes” de cada sócio. Transparência para que as arestas sejam sempre aparadas e para que haja colaboração de todos no projeto ou empresa. Tudo isso requer maturidade. E ela compõe-se de humildade, reconhecimento do outro, respeito, admiração recíproca, clareza ao assumir papéis, empatia, entre muitas outras coisas. Mas quando a maturidade se manifesta é apenas por meio da postura correta. Simples assim!

O que é maturidade e como tê-la?

Dizem que ela vem com a idade, com a experiência. Será?

O que você acha?

Para mim, a maturidade apresenta-se somente quando as experiências geraram mudanças comportamentais; aí, sim, haverá um crescimento de fato. Ou seja, a maturidade vem apenas se houve aprendizado com o tempo e com a experiência. Não é gratuita, mas pode (e deve, não acha?) ser fortalecida. É requerida no sucesso das relações societárias.

Por que coaching societário é uma solução?

  • Processos de coaching com foco societário trazem um componente externo e neutro para dentro da relação societária: o profissional dessa área.
  • Com as técnicas certas, diferentes e personalizadas para cada composição societária o coach precisa promover a qualidade da comunicação e a maturidade da relação por meio da clareza, de conversas seguras, bem mediadas, e principalmente, de reflexões pertinentes e agregadoras sobre o amplo contexto empresarial.
  • Os resultados desse trabalho acabam mobilizando os sócios e gerando várias ações transformadoras na empresa: mudanças de processos, líderes, criação de novas áreas, contratação de consultores, revisitação da cultura etc. Afinal, coaching é voltado para a ação.
  • O coaching societário atua “costurando os rasgos”, refazendo os vínculos e as conversas mediante perguntas em que muitas “fichas caem”. E essas conversas geram decisões dos sócios, individual e coletivamente, referentes não apenas à relação societária, mas ao negócio.
  • Leva clareza do padrão decisório e de reações comportamentais individuais. Ou seja, quando há conflitos, muitas vezes é como se os sócios estivessem se complementando na disfunção, que se reforça nesse tipo de interação, criando um loop.
  • Mudanças comportamentais e desenvolvimento de competências são quase sempre a tônica e, respeitando cada contrato, permeiam aquilo que se chama evolução individual. Por isso, projetos de coaching societário muitas vezes são híbridos, com sessões de time e individuais.

Em síntese: as relações societárias são desejadas e criadas a partir das forças de cada integrante. Mas o dia a dia traz à tona a complexidade da interação de padrões, fraquezas, competências não desenvolvidas que afetam a tomada de decisões, e que, se forem bem trabalhadas, mantêm as relações, preservam a empresa e a realização do sonho de cada um dos sócios. Afinal, a energia consumida no desgaste interno fará falta ante a concorrência e os desafios que já são muitos no mundo externo.

Lembrando:

Muitas coisas podem destruir uma empresa ou um belo projeto. Algumas estão lá fora no cenário externo! Outras, no cenário interno. E outras, dentro de nós.

Saiba como podemos assessorar você em:

https://criteriohumano.com.br/solucao/relacoes-societarias/

Denise Bee – Mentora e Coach Executiva, de Negócios e Coach de Carreira com mais de 25 anos de experiência em desenvolvimento de pessoas e negócios. Psicóloga de formação, empreendedora, coautora do livro Empreendedor Total, Fundadora da Critério Humano e sócia diretora na SOLUT Brasil.

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