Nosso personagem de hoje é um homem ambicioso e corajoso. Ele investiu na empresa sempre usando dinheiro de terceiros e conseguiu triplicar o seu tamanho em poucos anos. O faturamento e o número de funcionário triplicaram e tudo ia, aparentemente, muito bem, até que veio uma forte inadimplência que expôs a realidade da empresa.

Ele está vivendo um período muito ruim de sua vida e, recentemente, foi hospitalizado com uma forte crise de angústia, que foi diagnosticada como um quadro de stress. Ele acorda sobressaltado às 5 da manhã, às vezes antes, e quando pensa em ir trabalhar, começa a ficar angustiado. O seu organismo e a sua saúde estão no limite.

Conversando com ele, nota-se um tom ameno, porém explodindo por dentro. Conversando com sua equipe não vemos motivação ou admiração pelo seu líder. Há sim um alto turnover e alguma sabotagem instalada.

É possível a empresa crescer e o estilo de liderança e a capacidade de gestão não evoluírem?

Durante os últimos 20 anos tenho acompanhado algumas empresas nacionais com grande potencial de crescimento, que pedem ajuda para desenvolvimento de seus líderes porém, depois da hora certa.

Algumas dessas empresas tem à frente empreendedores que acreditam que crescer seja investir em máquinas, equipamentos, “aumentar o barracão”, construir uma nova sede. Louvável, porém a mesma importância não é dada à melhoria de processos, controles, sistemas, qualidade, e na formação de lideres, mantendo um quadro enfraquecido abaixo de si mesmos. Mais do que isso: insistindo em carregar o piano sozinhos e centralizar todas as decisões. Muitas vezes vemos eles próprios burlarem os processos da empresa.

Eles constroem suas empresas segundo suas preferências, mas não conforme as necessidades do nosso complexo mundo de negócios.

Tenho visto que todo crescimento corporativo que não venha acompanhado da evolução de seus Líderes, cedo ou tarde leva ao desequilíbrio e à crise da empresa. Em geral a crise é deflagrada pelo desempenho financeiro, levando só assim à busca das consultorias e ajudas externas. O assessment dos líderes rapidamente aponta onde começou o problema, e mostra a relação entre os erros cometidos e o perfil comportamental dos líderes.

Os stakeholders poderiam ter sinalizado antes. Provavelmente haveria tempo para salvar a saúde da empresa, e do seu Líder.

A mente à frente da empresa é seu principal ativo.

Denise Bee: Counseling de empresários e executivos. Master Coach executiva, de carreira e de negócios, com mais de 25 anos de experiência em desenvolvimento de pessoas e empresas. Founder da Critério Humano – Desenvolvimento e Gestão de Pessoas. Coautora do livro Empreendedor Total.